Alternativas ao “gritar” com os filhos
Psicóloga afirma que é comum pais referirem que para que os filhos lhes obedeçam, gritam com eles. Porém há formas mais eficazes de comunicar com crianças e adolescentes, de forma a que compreendam a necessidade e importância de cumprir regras.
Bárbara Ramos Dias, psicóloga clínica com vários anos de experiência com crianças e adolescentes, revela as consequências de gritar com os filhos e também algumas estratégias alternativas.
Quais são as consequências a curto e longo prazo de gritar?
- Diminuição da autoestima e autoconfiança da criança
- Aumento de sintomas depressivos
- Aumento da agressividade e comportamentos de oposição
- Aumento da ansiedade
- Diminuição da regulação emocional
- Diminuição do vínculo parental
- Compromete o desenvolvimento social
Quais são os comportamentos alternativos a gritar?
- Deixar post-its pela casa relembrando as tarefas que as crianças/adolescentes têm que fazer;
- Não se prolongar quando faz uma ordem, apenas diga o que quer que os seus filhos façam, mesmo que eles rebatam (e.g.: “João, quero os pratos no lava-louça, por favor” em vez de “eu estou cansada, estive a trabalhar o dia todo e tu nem sequer consegues fazer o esforço de pôr os pratos no lava-louça…”)
- Quando a criança fizer alguma coisa de errado, redirecionar para outra atividade mais produtiva, explicando o motivo pelo qual ela não pode fazer mais aquilo
- Falar de forma calma e assertiva, mantendo o contato visual com a criança/adolescente
- Mesmo que, por algum motivo, grite, admita o seu erro e peça desculpa à criança/adolescente, tentando acalmar-se e passar a mensagem de forma assertiva em vez de agressiva.
- Em vez de gritar porque a criança teve um comportamento errado, explique-lhe as regras que tem que seguir e imponha limites. Crianças/adolescentes precisam de limites.
- Nunca critique a criança: a sua personalidade, o seu carácter. Se a criança fez alguma coisa mal, corrija o comportamento.
- Ao dar ordens ou chamar a atenção a comportamentos, evidencie os seus sentimentos (e.g.: “a mãe/pai fica muito feliz quando ajudas cá em casa”; “a mãe/pai ficava mais descansada(o) se ligasses quando chegasses a casa do teu amigo”).
- Tente sempre dialogar com o seu filho para entender a sua perspectiva.